domingo, 12 de dezembro de 2021

Tinha espaços por encher, sim.

O parasita da dúvida insistia 

Em abrir as falhas que eu via.

Já menos e menores que outrora,

Mas ainda parte de mim.

Entreguei-me a ti a bem,

Achei que estava na hora

De me partilhar com alguém.

E tinha espaços por encher, sim.

Mostrei-te quem era

Dei-te rimas em frases

E tu um semifrio salgado

Nada me dizes ou fazes.

Por vezes trouxeste calor

num sentimento misto,

mas eu não quis ler esse silêncio

que só me deixava visto.

Escrevo-te uns últimos versos,

Os meus braços fecham-se a ti.

Tenho espaços por encher, sim,

Mas vou enchê-los de mim.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

caminho num corredor estreito e longo na esperança de encontrar uma divisão que me acolha, mas puxam-me o tapete e os joelhos não deixam de estar esfolados.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

gosto de caminhar sozinho

mas só contigo ando assim,

em busca da assimptota de ti.

equivocam-se os ombros

que num encontrão 

se desencontram

e me ruboram de perdão.

já as mãos

afastam-se,

tímidas de si,

por saberem 

a sua função no desejo

que a distância para as tuas

tenda para zero

e os nossos dedos

se intercalem.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

penso como um puzzle branco

ou cinzento.

sei lá, de um só tom cansado

as peças encaixam de mil maneiras

agito, baralho e misturo

uma caleidoscópica monotonia

que tanto pode ser, não ser

ou que talvez até tenha sido

antes de ter trocado tudo.

só me cabe a mim juntar

peças e pedaços

e no fim talvez por numa moldura 

tosca e sem vidro,

não vá eu querer mudar algo de sítio.

acho que nem os cantos se safam

terça-feira, 25 de maio de 2021

sábado, 1 de maio de 2021

Hospício

 

Comecei do início

Mas gosto de ver tudo a meio.

Vazio em mim.

Mãos e pés frios,

Arrepios,

Âmago a sair-me assim

pela boca

e a cabeça louca

a pedir-me hospício.

Batimentos duplamente martelados, dos

dedos cruzados depois de te batucar.

Quero que me encham, os teus

Entrelaçados nos meus

E injustamente torcer

Para que este golpe estéril

De nada ser

Seja coberto pela tua faixa

segunda-feira, 22 de março de 2021

vivo como escrevo

o ponto é aqui, será que tem vírgula

faço parágrafo,

rimo aqui ou não

assim ou assado

onde são Maiúsculas

ponho reticências

uso travessão?

não sei...

- cada um me lê diferente.