Tinha espaços por encher, sim.
O parasita da dúvida insistia
Em abrir as falhas que eu via.
Já menos e menores que outrora,
Mas ainda parte de mim.
Entreguei-me a ti a bem,
Achei que estava na hora
De me partilhar com alguém.
E tinha espaços por encher, sim.
Mostrei-te quem era
Dei-te rimas em frases
E tu um semifrio salgado
Nada me dizes ou fazes.
Por vezes trouxeste calor
num sentimento misto,
mas eu não quis ler esse silêncio
que só me deixava visto.
Escrevo-te uns últimos versos,
Os meus braços fecham-se a ti.
Tenho espaços por encher, sim,
Mas vou enchê-los de mim.