domingo, 12 de dezembro de 2021

Tinha espaços por encher, sim.

O parasita da dúvida insistia 

Em abrir as falhas que eu via.

Já menos e menores que outrora,

Mas ainda parte de mim.

Entreguei-me a ti a bem,

Achei que estava na hora

De me partilhar com alguém.

E tinha espaços por encher, sim.

Mostrei-te quem era

Dei-te rimas em frases

E tu um semifrio salgado

Nada me dizes ou fazes.

Por vezes trouxeste calor

num sentimento misto,

mas eu não quis ler esse silêncio

que só me deixava visto.

Escrevo-te uns últimos versos,

Os meus braços fecham-se a ti.

Tenho espaços por encher, sim,

Mas vou enchê-los de mim.

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